sábado, 26 de setembro de 2009

Religião de Matriz Africana


O Belissimo Candomblé

Tudo começou em 1944 quando o sociólogo Roger Bastide, francês de nascimento, baiano de coração, chegou a Salvador atraído pela magia do candomblé. Por aquela época, os rituais, danças e cânticos dos terreiros ainda eram vistos com discriminação, “coisa de negros”, no dizer das elites, e só não eram mais perseguidos pela polícia graças à proteção de intelectuais como Jorge Amado e Pierre Verger, este também francês. Bastide, que viveu 16 anos no Brasil, mergulhou de corpo e alma no mundo dos orixás e seus antepassados, da filosofia africana e dos seus espaços sagrados e profanos. Ao final, criou O Candomblé da Bahia (Cia. das Letras), publicado pela primeira vez, em Paris, nos idos de 1958 e, agora, reeditado. Dividido em seis capítulos, traz à luz um mundo que é o elo de unidade entre o Brasil e a África, entre negros e gente de todas as raças, uma geografia religiosa e mística que faz do ser um reflexo dos deuses.

O capítulo mais empolgante, talvez, seja o que fala dos eguns, uma espécie de maçonaria em que as mulheres são excluídas, e os espíritos, ao contrário do candomblé tradicional, não precisam de filhos ou filhas de santo para incorporar. Nessa sociedade secreta, com sede até hoje na Ilha de Itaparica, os espíritos simplesmente aparecem, nas festas aos mortos, em formas nebulosas, confundindo-se com árvores, o vento e os homens. Numa época em que grassam as seitas e o apelo de falsos deuses, o Candomblé de Bastide surge como uma metáfora da utopia moderna que pode nascer tanto da beleza dos rituais religiosos como da fraternidade humana, acima da cor da pele ou da diversidade de crenças, que é justamente a essência da arte de viver sem preconceitos, nem fanatismos. Para entender os orixás.
O Candomblé é uma religião fantastica, onde muita coisa parece, futil, banal sem fundamento para os cristãos em especial, mas, na verdade é uma religião belissima, com conhecimentos magnificos que só os sacerdotes ou quem ama as tradições chega a captar. O Candomblé é tão importante, quanto a Umbanda, no que se refere a cultos afros, no Brasil, por isso chega de querer umbandistas usar de artificios preconceituosos sem fundamento, atacar o Candomblé. Somos todos irmãos e escolhidos pelo Astral Superior.

sábado, 5 de setembro de 2009

JUSTIFICATIVA


Trata-se de Projeto de Lei que “DECLA O CANDOMBLÉ COMO PATRIMÔNIO IMATERIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.“
O candomblé e uma religião que teve origem na cidade de Ifé, na África, e foi trazida para o Brasil pelos negros iorubas. Seus deuses são os Orixás, dos quais somente 16 são cultuados no nosso país: Essú, Ògun, Osossì, Osanyin, Obalúaye, Òsúmàré, Nàná Buruku, Sàngó, Oya, Oba, Ewa, Osun, Yemanjá, Logun Ede, Oságuian e Osàlufan. A antiga cidade de Ifé, ao sudoeste da atual Nigéria, deslumbrava desde o começo do século como capital religiosa e artística do território que cobria uma parte central da atual República do Daomé. É a fonte mística do poder e da legitimidade, o berço da consagração espiritual, e para onde voltaram os restos mortais e as insígnias de todos os reis iorubas. A civilização de Ifé, ainda hoje, é pouco conhecida e apresenta uma criação artística variada do realismo, enquanto que a maioria da arte africana é abstrata. O material empregado na arte de Ifé espanta e abisma qualquer historiador, incluindo os próprios africanistas. Ao lado das esculturas em pedra e terracota (argila modelada e cozida ao fogo) tradicionais na África, estão as esculturas em bronze e artefatos em perola.
O candomblé é uma religião com uma vasta cultura e rica em preceitos. São pouquíssimas as pessoas que realmente a conhecem a fundo. È necessária muita dedicação e anos de estudo para se chegar a um conhecimento profundo da religião. Seus preceitos são todos fundamentados e qualquer um pode se dedicar ao seu estudo e desfrutar seus benefícios. Existe muita energia positiva no candomblé, e o seu culto pode trazer muita paz e felicidade.
Pelo exposto, conclamamos os representantes do Povo Fluminense a aprovarem a presente proposição, por se tratar de justa homenagem a uma religião de matriz afro-brasileira, que muito contribuiu para a formação do patrimônio cultural do Rio de Janeiro e do Brasil.


Parabéns ao povo do santo do Estado do Rio de Janeiro e o nosso muito obrigado ao governo do Estado pela consideração com nossa religião e cultura.